23 de set. de 2008

Hely


Hely Rodrigues, nasceu no dia 07 de março de 1948, natural de Serra do Caraça/MG. Filho de José Miguel Ferreira e Maria Agostinha Dias . Hely passou a infância e adolescência escutando Cole Porter e Gershwin. Em casa, rodas de choro aconteciam sempre, até porque seus irmãos tocavam violão, cavaquinho e gaita. Como Cláudio Venturini, também se interessou por eletrônica e cursou o CEFET. Seu gosto por percussão despontou cedo. Tocava com amigos em festinhas e adorava tocar tarol. Do tarol para a bateria foi um pulo. Com 14 anos, começou a estudar bateria com Ubadiê, um músico africano. Com 17 anos passa a tocar na noite, onde conheceu Flávio Venturini e participou do Grupo Os Turbulentos e desde então não parou mais.

Antes de entrar para o grupo 14 Bis, o baterista integrou o grupo baiano Benengó e participou da gravação do disco “Via Láctea”, de Lô Borges e “A Página do Relâmpago Elétrico” de Beto Guedes. Hely é baterista do 14 Bis desde 1980.

Vermelho

José Geraldo de Castro Moreira, o Vermelho, nasceu em Capela Nova/MG, em 27 de abril de 1949. Filho de Sebastião de Assis Moreira e Marina de Castro Moreira. Seu pai, era mestre da banda da cidade, além de comerciante, foi quem introduziu o menino no mundo da música. Com ele, Vermelho aprendeu teoria e cavaquinho, seu primeiro instrumento. Aos nove anos, Vermelho foi para o colégio interno de Borda do Campo, cidade próxima, onde recebeu uma primorosa educação musical dos padres alemães. Em 1968, o tenente Castro Moreira, ou melhor, Vermelho - cujo cabelo cor de fogo não deixava dúvidas sobre a origem seu apelido - entra no cenário musical dos Venturini. O futuro tecladista, arranjador e compositor do 14 BIS conheceu Flávio quando ambos serviam o exército. A primeira participação de Vermelho em festivais, aconteceu em 1969, no Festival Estudantil da Canção de Belo Horizonte, que abriu as portas para a convivência com aqueles jovens músicos – Beto Guedes, Lô Borges, Tavinho Moura, Toninho Horta, Túlio Mourão – que mais tarde vieram a fazer parte do Clube da Esquina. No Festival Universitário, a música "Espaço Branco" (Flávio e Vermelho) tirou o segundo lugar, defendida pelo grupo Terço em sua 1ª formação, com Sérgio Hinds, Vinícius Cantuária e Jorge Amiden. Vermelho, também, fez parte da banda baiana Bendegó. A partir de 1970, Vermelho sai rumo a Rio e a São Paulo. Participa do primeiro disco de Beto Guedes, pela EMI-Odeon, A Página do Relâmpago Elétrico e posteriormente, ao lado dos companheiros Flávio e Cláudio Venturini, Hely Rodrigues e Sergio Magrão, forma o 14 Bis, grupo onde Vermelho trabalha até hoje.

"Um pouco sobre o começo de tudo... A influência do Clube da Esquina no surgimento do 14 Bis"


Na década de 60, em meio a ditadura militar e a repressão, que contrastavam com movimentos "hippie" e "beat" que surgiam e alcançavam o auge nos EUA, a Bossa Nova já não era novidade e a Tropicália - movimento cultural contestador e vanguardista que não era exatamente uma nova modadlidade musical, mas uma renovada forma de agir e de participar do cenário cultural nacional, integrada por pessoas conhecidas da música brasileira como Caetano Veloso e Gilberto Gil - acabava de dar as caras.
Um jovem de Três Pontas foi para a capital mineira morar na Avenida Amazonas. Ele, Milton Nascimento, ou simplesmente o nosso querido Bituca, fazia parte da banda "W's Boys" em parceria com Wagner Tiso. Em BH, Milton conheceu os irmãos Borges e, juntamente com Salomão, conhecido mais pelos amigos como Lô e seu irmão Márcio Borges, entrariam para a história assim como aquela esquina da rua Paraisópolis com a rua Divinópolis, no bairro Santa Tereza.
O "Clube da Esquina" foi uma verdadeira revolução na música popular brasileira. Na verdade ele nunca chegou a ser um clube e nem foi considerado um movimento na época, mas se destacou em meio a um contexto em que se iniciava as sementes da censura. Sua formação principal foi composta por nomes como Milton Nascimento, Wagner Tiso, Márcio Borges, Toninho Horta, Fernando Brant, Nivaldo Ornelas, Paulo Braga. Um tempo mais tarde, ao estilo "Beatles", nossos queridos Flávio Venturini e Vermelho (fundadores da Banda 14 Bis), Beto Guedes, C elso Adolfo e Lô Borges, se juntaram ao Clube.
O primeiro disco do grupo, o "Clube da Esquina", foi lançado em 1972, dando sequência a um outro trabalho, o "Clube da esquina 2", em 1978.
Algum tempo depois, cada membro do Clube seguiu o seu rumo, compondo suas próprias músicas e realizando seus trabalhos, como por exemplo, a formação da banda 14 Bis, que faz sucesso desde a criação de "O Terço" e que, apadrinhado por Milton Nascimento teve seu álbum de estréia, o "14 Bis", em 1979, só que até chegar aqui, muita história, encontros e desencontros aconteceram, porém, a influência do Clube da Esquina, que abdicava do amor para falar de política e de outros temas sociais nas letras de suas músicas, permaneceu e fez com que se tornásse um dos mais importantes movimentos musicais brasileiros depois da Tropicália e, que m esmo assim, alguns ainda dizem ser musicalmente mais importante que a Tropicália.